HISTÓRIAS DE VIDA É JORNALISMO E CULTURA.

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EDITOR - SILVÂNIO CARDOSO.
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domingo, 29 de junho de 2014

Futebol uberlandense em luto - Em clima de emoção, amigos e familiares se despedem do ídolo alviverde Zecão.

A torcida do Uberlândia Esporte Clube (UEC), amigos e familiares se despediram nesta terça-feira (24) do símbolo da raça alviverde. Aos 56 anos, faleceu José Elias Cury Ana Gonçalves, o Zecão, campeão da Taça CBF (Campeonato Brasileiro – Série B). Ele estava internado no Hospital Madrecor, onde lutava contra uma cirrose hepática avançada e um tumor hepático. Neste ano, Zecão assumiu o comando técnico do UEC no hexagonal decisivo do Campeonato Mineiro – Módulo II, na vaga de Wellington Fajardo, demitido e por muito pouco não levou o Verdão de volta à elite do futebol mineiro.
O velório aconteceu na Câmara Municipal, onde foram expostas fotos de toda a trajetória futebolística do ídolo alviverde. (Foto: Marcos Ribeiro)
Zecão aguardava a melhora do seu quadro clínico para passar por um transplante de fígado, mas acabou não resistindo e morreu. O velório começou ainda pela manhã desta terça-feira (24) na Câmara Municipal, onde foram expostas fotos de toda a trajetória futebolística do ídolo alviverde. Já no fim da tarde, o corpo do ídolo seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros ao Cemitério São Pedro, onde aconteceu o sepultamento. Zecão é o primeiro ex-jogador do elenco campeão de 1984 a falecer.
O corpo de Zecão seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros ao Cemitério São Pedro, onde aconteceu o sepultamento. (Foto: Marcos Ribeiro)
“Ele sempre se dedicou muito ao Uberlândia Esporte, que era a vida dele. Acho que ele deixa um exemplo de bom profissional, pai de família e, acima de tudo, de um grande cidadão”, disse Neto Cury, filho de Zecão, que, atualmente, trabalha como treinador da equipe Sub-13 do UEC.

Trajetória
A história de Zecão e a sua paixão pelo Uberlândia Esporte começaram em 1979, quando ainda garoto chegou de Ituiutaba, sua terra natal, para integrar as categorias de base do Verdão. “Quando eu cheguei ao Juca Ribeiro (antigo estádio) e vi jogadores consagrados como Dirceu Lopes, Dante e Neiriberto, eu disse para mim mesmo: eu vou escrever minha história nesse clube”, disse Zecão em entrevista ao CORREIO de Uberlândia em 2010.
Em 1984, Zecão era um dos líderes do Uberlândia Esporte e foi responsável direto pelo maior título da história do clube. (Foto: Cleiton Borges)
Quem abriu as portas para Zecão no UEC foi o ex-presidente Elmo Silles, mandatário do clube entre 1979 e 1983. “O Zecão será uma figura emblemática eterna do Uberlândia Esporte. Foi um grande atleta, um grande ser humano e um exemplo como profissional”, disse Elmo. “Em 1981, nós buscamos novamente o Zecão. Ele estava parado em Ituiutaba com uma contusão na perna. Então fizemos um tratamento em um hospital da cidade, ele se recuperou fisicamente e nunca mais deixou a posição de titular no UEC”, disse Elmo.

Herói
Em 1984, Zecão era um dos líderes do Uberlândia Esporte e foi responsável direto pelo maior título da história do clube. No último jogo da final da Taça CBF, contra o Remo, em Belém (PA), ele salvou o gol do time paraense, aos 37 minutos do segundo tempo, que tiraria o título das mãos do Verdão. “Incrivelmente, o Zecão apareceu como um raio e tirou a bola em cima da linha. É uma grande perda para o Uberlândia Esporte, mas o Zecão ficará para sempre na memória dos torcedores do Verdão”, disse Vicente Lage, o Cento e Nove, treinador do Uberlândia em 1984.

Clubes
Além do UEC, Zecão defendeu a União Tijucana, de Ituiutaba, Taubaté (SP), Rio Branco de Andradas (MG), Vila Nova (GO), Vitória (BA) e o Clube Atlético Patrocinense, de Patrocínio, onde encerrou a carreira de jogador profissional em meados dos anos 1990, começando a carreira de supervisor, função que, posteriormente, começou a desempenhar também no Uberlândia Esporte por quase 20 anos. “Ele se vai desse mundo, mas o que ele fez pelo Uberlândia e o que ele significa para todos nós nunca se apagarão. Que ele descanse em paz”, disse muito emocionado o meia campeão de 1984, Eduardo, amigo pessoal de Zecão.

 Guto Braga, presidente do UEC
“Todos os “pepinos” que aconteciam no Uberlândia, quem resolvia era o Zecão. Ele nunca fugia da responsabilidade, sempre foi companheiro, dedicado à instituição Uberlândia Esporte e amou este clube como poucos.”


Paulo Édson, mordomo do UEC
“Foi uma amizade que durou mais de 20 anos. Não perdi só um amigo, perdi um grande irmão. Estou muito triste, mas tenho certeza que o Zecão já está em um bom lugar.”

Maurinho, ex-jogador do UEC
“Ele vai deixar muita saudade. Lembro-me do começo dele no Uberlândia. O Zecão passou e o Dirceu Lopes me perguntou: quem é esse garoto inclinado? Eu disse: não sei. O Zecão foi ganhando o seu espaço e nunca mais saiu do time.”


 Claudio Rodrigues, narrador Rádio Globo AM
 “O Zecão deixa o legado de um profissional dedicado ao clube, que nunca desistiu do Uberlândia Esporte. Eu nunca ouvi alguém falar qualquer coisa de mal do Zecão, isso não é por acaso. Ele fará muita falta para todos nós.”

Alessandro Marques, presidente da Torcida Inferno Verde
“Eu não tenho medo nenhum de dizer que o Uberlândia Esporte perdeu o maior ídolo de sua história. O Vivinho, que também é nosso ídolo, fez o gol do título, mas se não fosse o Zecão tirar uma bola em cima linha, a história seria outra.”


Daniel Morais, ex-atacante do UEC
“Uma tristeza muito grande receber a notícia que perdemos este grande ídolo e grande ser humano. Com poucas palavras, ele nos passava coisas gigantescas. Obrigado, Zecão. Os gramados lá de cima ganham um novo capitão. Que Deus conforte a sua amável família e os amantes do Uberlândia Esporte que ficaram órfãos do nosso grande herói.”

Fonte - Jornal Correio de Uberlândia.

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